Golpe do falso aluguel: como evitar ciladas nas férias de verão


Às vésperas da temporada de verão, os paranaenses já se planejam para o fim de ano no litoral, mas nem só de água de coco, sol, praia e diversão são feitas as férias. Com o aumento na procura por imóveis para locação crescem também os golpes do falso aluguel.

O crime, praticado principalmente pela internet, por meio de anúncios falsos, ocorre quando uma pessoa aluga e cobra por um imóvel que não é seu. Normalmente, a vítima só descobre quando chega no local com a família.

Para evitar prejuízo, frustração e dor de cabeça, o mestre em Direito e especialista em defesa do consumidor, advogado Eros Belin de Moura Cordeiro, alerta: nesta época do ano, os estelionatários se aproveitam da alta demanda e o número de golpes aumenta. Por isso, é preciso redobrar a atenção antes de fechar o negócio.

“Esse tipo de golpe se enquadra no crime de estelionato e, para não se tornar uma vítima, a dica é fazer buscas em sites e aplicativos de confiança, checar todas as informações sobre a pessoa com quem se está negociando e desconfiar de valores muito abaixo do mercado”, ensina o professor do curso de Direito do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima Educação, o maior ecossistema de ensino superior privado do país.

Outra estratégia para aumentar a segurança é procurar imobiliárias e corretores de imóveis credenciados. “Embora essa medida encareça um pouco a transação, ela é mais segura para o locatário, já que esses profissionais têm responsabilidade legal sobre o negócio”, diz Eros.

Os anúncios que aparecem aleatoriamente em redes sociais também merecem desconfiança. O ideal, recomenda o professor, é que as pessoas acessem sites e aplicativos confiáveis e não recorram aos links de publicidade.

Visitar o imóvel e fazer a transação pessoalmente é outra forma de aumentar a segurança. “Isso nem sempre é possível porque envolve gastos e requer tempo, principalmente quando o locatório mora em uma cidade distante. Se o único jeito for recorrer aos aplicativos e sites é preciso conter a ansiedade e pesquisar muito antes de fechar o negócio.”

Desconfie de preços abaixo do mercado

O espelhamento de sites (sites falsos com características e identidade visual muito semelhantes aos originais, inclusive com a divulgação de fotos de imóveis sem autorização dos proprietários) é uma das principais estratégias dos golpistas. “Nestes casos, os estelionatários criam sites falsos, anunciam imóveis com preço abaixo do mercado e pedem pagamento antecipado para garantir a reserva”, diz o advogado.

Para que a negociação seja mais segura é preciso ter certeza de que a pessoa por trás do anúncio é real, já que é difícil recuperar os valores pagos após a transferência bancária. Quem opta por alugar direto com o proprietário deve pedir referências. Na dúvida sobre um imóvel anunciado por imobiliária, vale consultar o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) e checar os registros do corretor e da empresa.

Além do prejuízo financeiro, há reflexos emocionais para as vítimas do golpe. Em muitos casos, a farsa só é descoberta quando a família chega no imóvel para as férias. Se mesmo tomando todos os cuidados a pessoa cair no golpe do falso aluguel é fundamental registrar um boletim de ocorrência.

A Polícia Civil do Paraná orienta que as pessoas fiquem atentas a propostas tentadoras ou preços incomuns. As denúncias de golpes podem ser feitas em qualquer delegacia ou de forma online em https://www.policiacivil.pr.gov.br/BO.

Check list para evitar golpes

Os crimes de estelionato envolvendo aluguéis falsos são mais frequentes no litoral e durante as férias de verão. Para evitar problemas, algumas estratégias são importantes:

✓ Antes de alugar um imóvel por anúncio de internet, certifique-se de que o site é verdadeiro e de que o anúncio foi feito pelo proprietário.

✓ Fazer uma videochamada para verificar se o anunciante tem acesso ao imóvel ajuda a checar a veracidade do anúncio. Não aceite vídeos prontos. Se houver resistência do locador, desconfie e não feche o negócio.

✓ Confira a seção de avaliações nos sites de hospedagem compartilhada de anúncios. Desconfie de imóveis com poucas avaliações e feedbacks.

✓ Certifique-se de que os valores anunciados condizem com os preços de mercado. Faça uma pesquisa para ter ideia do valor médio praticado na região. Ligue o alerta se a diária for muito barata.

✓ Consulte as imobiliárias da cidade e prefira fechar o negócio por intermédio de um corretor de imóvel com registro profissional no Creci.

✓ Mapas online e sites de buscas de endereços ajudam a confirmar se o imóvel realmente existe e se está localizado conforme as descrições do anúncio.

✓ Se possível agende uma visita prévia antes de fechar o negócio. É muito mais fácil detectar incoerências se você for ao local pessoalmente, mas não vá sozinho ou em horários com pouca movimentação na região.

✓ Suspeite dos anúncios em redes sociais, grupos de Facebook e aplicativos de conversa, como o WhatsApp. Não acesse os links com ofertas que aparecem aleatoriamente em suas redes sociais. Prefira fazer você mesmo a pesquisa.

✓ Cuidado com as transferências eletrônicas dos valores cobrados como entrada, pois é difícil reaver o dinheiro quando o pagamento é feito para chaves falsas.

✓ Contenha a euforia e a ansiedade na hora de fechar o negócio. Para apressar a vítima, o golpista costuma dizer que tem outras pessoas interessadas no imóvel. Não faça nada por impulso.

✓ Se cair em um golpe do falso aluguel, denuncie. É importante ter registros das conversas, capturas de tela e comprovante do pagamento para ajudar na investigação. No Paraná, a denúncia pode ser feito nas delegacias da Polícia Civil, pelo Disque Denúncia (181) ou pela internet https://www.policiacivil.pr.gov.br/BO ou https://www.denuncia181.pr.gov.br/denuncias.

Comentários