Estreitar relações com escola pode ser decisivo para processo de aprendizagem


Uma pesquisa realizada pelo Datafolha durante a pandemia demonstrou que, apesar do afastamento físico dos estudantes e professores, o período favoreceu a aproximação dos pais e responsáveis das escolas frequentadas por crianças e adolescentes. Mais da metade dos entrevistados disseram participar mais da vida escolar de seus filhos por causa das aulas remotas.

Contribuir na hora de fazer a lição de casa, estar presente em eventos e atividades propostos pela escola, ter uma comunicação aberta com os professores e a equipe pedagógica são apenas algumas formas de praticar essa aproximação. A importância desses movimentos já está mais que comprovada por uma série de estudos. Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), por exemplo, mostram estudantes cujos pais participam da vida escolar nada menos que 57 pontos à frente dos demais, em termos de desempenho. O Pisa avalia estudantes de 15 anos em cerca de 70 países e, atualmente, é uma das mais importantes avaliações educacionais do mundo.

Para a coordenadora do Colégio Vila Olímpia, Juliane Weigert Gomes, em primeiro lugar é fundamental que os pais e responsáveis compreendam a dinâmica e o funcionamento da instituição escolar escolhida. “São vários pontos, como a metodologia, o sistema avaliativo, o fluxo de tarefas, calendários etc. Famílias que se apropriam do processo pedagógico tendem a ajudar muito. Nos Anos Finais, por exemplo, sem tirar a autonomia do estudante, a família pode supervisionar, indagar e acompanhar as notas e tarefas. É com a participação dos pais na vida escolar de seus filhos que alcançamos a formação integral do estudante, impulsionando-o para uma aprendizagem efetiva e significativa”, avalia.

Integração fundamental
No Brasil, mais do que uma sugestão, essa integração entre as ações da família e as da escola é uma obrigação constitucional. Afinal, a Constituição diz que a educação é um direito de todos e um dever do Estado e da família. Não basta, então, oferecer uma educação formal de qualidade; é preciso garantir que essa educação tenha sequência para além dos muros da escola.

De acordo com a coordenadora dos Anos Finais do Colégio Positivo - Joinville, Joana Borges, é necessário conhecer de verdade quais são os principais interesses da criança. “Dialogar diariamente, questionar e perguntar como está a rotina escolar e o aprendizado em si, se o aluno está tendo dificuldade com determinada disciplina, enfim, participar ativamente do processo de ensino em todos os aspectos certamente contribuem para o desenvolvimento integral do aluno”, pontua Joana.

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