Reza a lenda – ou a tradição – que o ano brasileiro só começa depois do Carnaval. Mas para o empreendedor, o ano deveria começar bem antes do primeiro dia de janeiro. Quem defende essa teoria é Cláudia da Silva Frantiozi, consultora empresarial e idealizadora do Nex Coworking Cascavel. Ela, que já esteve no rol dos casos de sucesso do Paraná mostrados na série “Sebrae Mais”, aconselha: quem quer empreender ou já empreende deve começar a traçar os seus objetivos ainda no ano anterior.
A empresária que está à frente da Frantiozi Soluções Administrativas acredita que o importante mesmo é planejar tudo, inclusive cada mês do ano. “O empreendedor deveria dividir o ano em épocas. Janeiro, fevereiro e março são meses de férias nos quais as pessoas estarão poupando mais o bolso por conta dos gastos e investimentos do final do ano anterior. Nessa fase, não adianta buscar clientes... É preciso aproveitar para adquirir conhecimento. Depois, vem abril, maio e junho. Esse é o tempo de trabalhar e executar com todas as ferramentas adquiridas naqueles cursos. Depois, já é período de férias novamente. Com a vinda de agosto, setembro e outubro, o objetivo deve ser apenas um: fortalecer as ações que propiciam mais crescimento para o próximo ano. Nos dois últimos meses é tempo para colocar os planos futuros em ação”, explica a empresária, considerada uma verdadeira visionária do mundo empresarial.
Mas para ter um ano bom, empresarialmente falando, apenas o planejamento não basta. Cláudia destaca que todo empreendedor deve ter dez características principais apresentadas pelo Empretec (Programa realizado pelo Sebrae). São elas: busca de oportunidade e iniciativa; persistência; correr riscos calculados; exigência de qualidade e eficiência; comprometimento; busca de informações; estabelecimento de metas; planejamento e monitoramento sistemáticos; persuasão e rede de contatos e, por fim, independência e autoconfiança. Dentre elas, Cláudia destaca duas. “Eu acredito que perdemos muito tempo sem planejar, por isso é bom estabelecer metas, tirá-las da cabeça, colocá-las em um papel e fazer de tudo para que elas se concretizem. Outra coisa importante é não confundir planejamento com metas e sonhos e, por isso, planejar a todo instante!”, opina.
Mas se mesmo com todas essas características, o empresário se vê diante de uma crise no local de trabalho – seja ela qual for – Cláudia explica: é necessário ter humildade para reconhecer os erros. “Diante disso, é preciso retomar as dez características e se perguntar: ‘será mesmo que eu já possuo todas elas?’. Se a resposta for negativa, é preciso investir no estudo do comportamento, nas melhorias e na formação para gerenciar conflitos. Hoje, o mercado consumidor mudou o seu padrão e, infelizmente, poucos empresários estão se adaptando a essas mudanças. É preciso estudar e focar no que é realmente importante”, observa Cláudia.
Com os planos alinhados, erros diagnosticados e deficiências constatadas, o caminho agora é de muitos estudos e investimentos pessoais. Ser dono do próprio negócio não é uma tarefa fácil, mas a empresária que hoje está liderando duas empresas aconselha: "buscar conhecimento é a chave para tudo – inclusive para o sucesso e para melhorar o faturamento".
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